Ouca

Ouca é uma freguesia portuguesa do concelho de Vagos, na Beira Litoral, em pleno distrito de Aveiro.

A freguesia de Ouca, foi aprovada e publicada a 30 de Maio de 1966, no Diário do Governo, Iº Série – Número 126, através do Decreto-Lei nº47033, sendo proveniente da Freguesia de Sosa, concelho de Vagos, distrito de Aveiro.

"Decreto-Lei 47033 - Atendendo ao que representou a maioria absoluta dos chefes de família eleitores com residência habitual nos lugares de Ouca, Rio Tinto, Carregosa e Tabuaço, pertencentes à freguesia de Sosa, do concelho de Vagos, no sentido de ser criada a freguesia de Ouca, com sede na povoação do mesmo nome;"


Com 16,29 km² de área e 1 805 habitantes (2011). Densidade: 110,8 hab/km².
Da freguesia fazem parte as localidades de Carregosa, Ouca, Rio Tinto e Tabuaço.
Informação Estatística por Quadrícula 1x1 km




História

Ouca é terra muito antiga, citada em muitos documento datados da Idade Média. Ouca é referida como Auqua, posteriormente por Ouqua. No final do século XIII, passa a “Auca” e no século XVII a “Ouqua” ou “Ouquam”. Estes nomes advêm das águas salgadas de um braço de mar navegável, que aqui existiu em tempos remotos. Ouca, tal como se escreve atualmente, surge pela primeira vez no Foral de Vagos de 12 de Agosto de 1514.

O braço de mar era navegável desde Aveiro até ao lugar de São Romão (a menos de 2 km de Ouca). Este braço de mar era provido de um canal, chamado Canal do Boco, bastante profundo. Nele navegavam embarcações como caravelas, onde se descobriram achados arqueológicos de embarcações marítimas soterradas e vestígios de consertos de embarcações.
A história de Ouca também esta profundamente relacionada com a do Mosteiro de Jesus de Aveiro, a partir do momento em que a “Quinta” de Ouca, então da comarca de Esgueira, fora adquirida por Diogo de Ataída e D. Brites Leitão no século XV, estes retiraram-se da corte depois da batalha de Alfarrobeira, em 1448. Nesta “Quinta” de terras muito produtivas, era cobrado o direito de portagem a tudo o que aqui se vendia.
Com a morte de D. Diogo de Ataída, da Casa de Atouguia, ocorrida a 15 de Julho de 1453, D. Brites Leitão, com 27 anos, “dona do lugar de Ouca”, foi nomeada herdeira e encarregada de investir a “terça” do marido na Quinta de Ouca. Essa “terça” tinha como finalidade a criação de um bom hospital ou albergaria para peregrinos e religiosos, cujo o albergue foi fundado num terreno da Quinta de Ouca.
Mais tarde, D. Brites Leitão fundava o Mosteiro de Jesus de Aveiro como sugerido por Frei João de Guimarães (prior do convento dos Dominicanos de Aveiro) e não em Ouca como terá inicialmente idealizado. Seguindo Frei João de Guimarães “a quinta de Ouca era absolutamente imprópria para ela e suas filhas lá viverem, tanto mais que o conde de Odemira, D. Sancho de Noronha, pretendia embargar-lhe a posse da dita quinta”.
D. Brites Leitão e suas filhas deixaram a Quinta de Ouca no dia 24 de Novembro de 1458. Porém, Ouca continuará ligada ao mosteiro por outro motivo. O tijolo do mosteiro foi fabricado nos fornos da propriedade da quinta de Ouca. E nas terras de Ouca o mosteiro tinha direitos de portagem de tudo quanto viesse de fora para vender (sal, sardinha, mexilhão, etc), a somar com foros pagos pelos lavradores sobre terras, vinhas, pomares e azenhas.
Atualmente são poucas as pedras que contam estas histórias, ao longo dos séculos pouco ficou.

(In: Memórias de Ouca, de Eurico Simões Pena)


Destaques

Noticias:
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